A situação do transporte público em Anápolis tem sido alvo de intensos debates entre lideranças municipais e estaduais. Em reunião realizada na segunda-feira (20), no gabinete do prefeito Márcio Corrêa (PL), o vice-governador de Goiás, Daniel Vilela (MDB), e o vice-presidente da Câmara Municipal, José Fernandes (MDB), discutiram os desafios enfrentados pelo sistema de transporte na cidade, considerado defasado em relação à região metropolitana de Goiânia.
Segundo José Fernandes, enquanto Goiânia avança com uma frota renovada, tarifas acessíveis e tecnologias modernas, como ônibus elétricos e acesso por reconhecimento facial, Anápolis lida com frota sucateada, passagens caras e falta de investimentos. Atualmente, a tarifa na capital é de R$ 4,30, enquanto em Anápolis os valores são de R$ 6,00 para pagamento em dinheiro e R$ 5,25 no cartão.
Durante o encontro, foram discutidas propostas para subsidiar o sistema de transporte da cidade, a exemplo do modelo adotado em Goiânia. A concessionária URBAN destacou a necessidade de aportes públicos para viabilizar melhorias, apontando dificuldades financeiras para renovar a frota e oferecer um serviço de qualidade.
O diretor-presidente da Agência Reguladora do Município de Anápolis (ARM), Robson Torres, ressaltou as iniciativas da atual gestão para recuperar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos de concessão. Entre as medidas apresentadas estão a busca por subsídios estaduais, a criação de terminais intermediários e a realização de uma pesquisa de origem e destino. Torres lembrou que a isenção do ISS, concedida até dezembro de 2024, foi uma medida importante, mas insuficiente para garantir melhorias significativas.
A idade média dos ônibus em circulação, que deveria ser de até cinco anos, já ultrapassa os nove, o que preocupa a ARM e a população. O órgão tem realizado avaliações semestrais para garantir a segurança dos usuários e cobra o cumprimento das obrigações contratuais pela concessionária.
Carlos Leão, diretor jurídico da URBAN, afirmou que a empresa apresentou um diagnóstico do Sistema de Transporte Público de Anápolis (STPA) à gestão municipal e reforçou que, sem subsídios públicos, a operação torna-se inviável. Segundo ele, a falta de incentivos financeiros resulta em tarifas elevadas para os usuários, enquanto em outras cidades o poder público complementa o custo operacional.
A Prefeitura de Anápolis reconheceu a precariedade do sistema, informando que as linhas atuais são insuficientes e a frota é antiga. A administração municipal destacou que está em diálogo com a URBAN para a elaboração de um plano de ação para 2024, visando melhorias gradativas no serviço.
O vice-governador Daniel Vilela afirmou que o governo estadual está disposto a avaliar formas de apoio ao transporte público de Anápolis, visando replicar iniciativas de sucesso implementadas na região metropolitana de Goiânia. A Prefeitura segue acompanhando a questão e busca soluções para atender melhor a população.
- Da Redação
- Foto: Victor Santos