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Greve à vista? Servidores de Anápolis rejeitam proposta da Prefeitura e cobram reajuste
Publicado em 21/02/2025 11:48
Anápolis

Os servidores municipais de Anápolis, representados pelo SindSaúde e SindAnápolis, realizaram uma assembleia nesta terça-feira (20) para discutir as propostas de reajuste salarial apresentadas pela Prefeitura. As categorias reivindicam isonomia com os professores, pagamento retroativo e reajustes parcelados garantidos por lei. Diante da falta de avanços nas negociações, os trabalhadores já indicam a possibilidade de paralisação.

A diretora executiva do SindSaúde, Silvia Regina, destacou que a principal demanda do sindicato é a equiparação com os professores e o pagamento dos 8,5% referentes a 2023, além do retroativo de janeiro. Segundo ela, a proposta da Prefeitura prevê apenas 0,67% de reajuste imediato e 1,44% posteriormente, sem prazo definido para os 8,5% restantes. "Queremos que o pagamento seja parcelado até junho, mas garantido por lei. A assembleia foi unânime nessa decisão e levaremos essa proposta ao secretário Alex após o almoço", afirmou Silvia.

O SindSaúde representa enfermeiros, técnicos, agentes de saúde e de endemias, além de outros profissionais vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Além da questão salarial, o sindicato acompanha denúncias de sobrecarga de trabalho, acúmulo de funções e condições precárias. "Temos um canal de denúncia e notificamos quando necessário", completou Silvia.

O presidente do SindAnápolis, Gratoni Gratão, reforçou que a categoria reivindica um reajuste total de 15,22%, enquanto a Prefeitura propôs apenas 4,83%, alegando dificuldades financeiras. "Tivemos uma reunião ontem e a contraproposta do Executivo prevê pagamento do retroativo de janeiro em março, além da possibilidade de nova negociação em agosto", explicou. Segundo ele, os servidores rejeitam essa proposta e querem uma definição antes da votação no Legislativo. "A categoria pede paralisação, mas precisamos avaliar a legalidade disso antes de tomar qualquer medida", disse Gratão.

 

Insatisfação cresce entre os servidores

Durante a assembleia, a indignação dos servidores foi evidente. Daniela Patrícia, auxiliar de educação, criticou a falta de reajuste integral há quase cinco anos. "É uma palhaçada! Muitos de nós acumulam funções e não recebemos o devido reconhecimento. Enquanto isso, falam que não há dinheiro, mas criam cartão corporativo", desabafou.

Maria Vilani, servidora da educação há 21 anos, relatou que seu salário-base está próximo do salário mínimo. "Votei nessa gestão esperando melhorias. Espero que o prefeito nos escute", afirmou.

Aldires Nascimento Silva, que atua na limpeza e merenda escolar, denunciou a defasagem salarial e a falta de reconhecimento aos servidores administrativos. "Já adoeci pelo excesso de trabalho, fui readaptada e ainda vejo comissionados ganhando mais para fazer o mesmo serviço", criticou. Segundo ela, há trabalhadores que não conseguem arcar com plano de saúde ou financiamento de moradia.

Sonilda Cândida Fonseca, agente de saúde, questionou a falta de repasses federais. "Sempre a mesma briga, entra e sai prefeito. Queremos explicação! Até vale-transporte estamos pagando do próprio bolso", afirmou.

Diante do impasse, a categoria aguarda uma resposta oficial da Prefeitura e já planeja novas assembleias para a próxima semana. Caso as negociações não avancem, a possibilidade de paralisação dos servidores municipais ganha força.

- Victor Santos

- Foto: Victor Santos

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