A Polícia Civil deflagrou nesta terça-feira (17) a Operação "Speedy Cash", cumprindo cinco mandados de prisão e 17 de busca e apreensão em Goiânia e Anápolis. Entre os alvos estão o ex-secretário de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara, e o ex-secretário-executivo, Quesede Ayres Henrique, suspeitos de desviar R$ 10 milhões por meio de um convênio fraudulento entre a Secretaria Municipal de Saúde e uma associação privada sem fins lucrativos.
As investigações apontam que, em julho de 2024, Quesede, então secretário interino, teria impulsionado irregularmente um processo administrativo para firmar o convênio, sem a devida publicidade ou cotação de preços. Apenas seis dias após o início do processo, ele teria autorizado a despesa e emitido nota de empenho no valor de R$ 10 milhões em favor da associação. Em agosto, já reassumindo o cargo de secretário, Wilson Pollara assinou o termo do convênio e ordenou o pagamento antecipado de R$ 5 milhões, apesar do prazo de vigência estabelecido de 12 meses.
A operação identificou dois núcleos de atuação criminosa:
- Intraneus: composto por agentes públicos que facilitaram a celebração do convênio e o desvio dos recursos.
- Extraneus: formado por indivíduos ligados à associação privada e à empresa envolvidas, responsáveis pela apropriação de mais de R$ 9 milhões repassados por meio do convênio.
Até as 8h30 desta terça-feira, três investigados já haviam sido presos. As autoridades continuam as diligências para cumprir os mandados restantes e aprofundar as investigações sobre o esquema de desvio de recursos públicos na área da saúde municipal.
A defesa dos ex-secretários não foi localizada até o momento para comentar as acusações. A Secretaria Municipal de Saúde e a associação envolvida também não se manifestaram sobre o caso.
- Victor Santos
- Foto: Reprodução PCGO