A negociação salarial dos motoristas do transporte coletivo de Anápolis, referente ao período de 2024 a 2025, permanece sem avanços concretos, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Município de Anápolis (Sittra), Adair Rodrigues, conhecido como "O Arrojado". De acordo com ele, a categoria entregou a pauta de reivindicações à empresa concessionária em maio do ano passado, porém, até o momento, o acordo coletivo ainda está em aberto, com várias pendências a serem resolvidas.
O presidente destacou que, apesar das diversas assembleias realizadas na sede do sindicato para discutir a pauta, os trabalhadores foram surpreendidos por uma decisão judicial do Tribunal Regional do Trabalho, que suspendeu uma greve planejada pela categoria e estabeleceu multa de R$ 10 mil por dia em caso de paralisação.
Na audiência realizada no tribunal, a empresa foi obrigada a conceder um reajuste de 3,34% a partir de dezembro de 2024. No entanto, o presidente do sindicato ressaltou que a negociação continua em aberto, com itens pendentes, como o pagamento retroativo desde 1º de junho de 2024, o tíquete de férias e a ajuda financeira destinada aos motoristas que também atuam como cobradores.
“Nosso acordo está praticamente na estaca zero”, afirmou Rodrigues. Segundo ele, a empresa sinalizou de forma extraoficial que apresentaria uma contraproposta até o dia 17 de janeiro, o que não ocorreu até o momento. “Até agora, não temos sequer uma proposta formalizada”, lamentou.
A preocupação da categoria aumenta com a proximidade do dia 7 de fevereiro, data que marca um ano desde a última paralisação dos motoristas em Anápolis. “Espero que a empresa e as autoridades competentes olhem para essa situação com carinho antes que ocorra uma nova paralisação, o que pode parar a cidade novamente”, alertou o presidente do sindicato.
Rodrigues informou que todos os órgãos competentes estão sendo notificados oficialmente sobre a situação, incluindo a Prefeitura de Anápolis, a Agência Reguladora Municipal (ARM), sindicatos patronais e demais entidades responsáveis pelo transporte público.
O Arrojado reforçou a importância da imprensa local na cobertura do caso e manifestou esperança de que uma proposta satisfatória seja apresentada em breve, permitindo que o impasse seja resolvido em assembleia com os trabalhadores. Ele também destacou que, além da negociação atual, em breve uma nova rodada de discussões precisará ser iniciada para tratar do período de 2025 a 2026.
"Ainda estamos discutindo um acordo que deveria ter sido fechado em 2024 e já nos aproximamos de uma nova negociação. A situação não pode continuar assim", concluiu Adair.
- SITTRA
