O salário mínimo no Brasil foi reajustado para R$ 1.518 nesta quarta-feira (1º), representando um aumento de R$ 106 em relação ao valor anterior de R$ 1.412. O novo valor, que incorpora a reposição de 4,84% da inflação acumulada e um ganho real de 2,5%, segue a regra aprovada pelo Congresso Nacional, válida até 2030, que estabelece aumentos reais entre 0,6% e 2,5%.
A mudança segue a nova regra aprovada pelo Congresso Nacional, que vincula os reajustes do salário mínimo ao arcabouço fiscal. Vigente de 2025 a 2030, essa norma prevê um aumento real entre 0,6% e 2,5%. A política substitui o modelo anterior, que estabelecia a reposição inflacionária somada à variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Com essa mudança, o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) aponta que o aumento teria sido maior, com a inclusão de 3,2% de ganho real referente ao PIB de 2023.
O reajuste impacta diretamente a renda de 59 milhões de pessoas, entre elas trabalhadores formais, empregados domésticos, profissionais autônomos e beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Além disso, afeta os gastos do governo federal, que cobre benefícios como aposentadorias, pensões, seguro-desemprego e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
De acordo com estimativas da Tendências Consultoria, a nova política de reajuste deve gerar uma economia de R$ 110 bilhões nos gastos públicos até 2030, sendo R$ 2 bilhões somente em 2025. O impacto é significativo, especialmente em um cenário em que cerca de 19 milhões de aposentados e pensionistas e mais de 4,7 milhões de beneficiários do BPC dependem de recursos atrelados ao salário mínimo.
Entre 2003 e 2017, a política de reajuste do salário mínimo garantiu um aumento real acumulado de 77% acima da inflação. Essa prática, entretanto, foi interrompida entre 2018 e 2022. Criado em 1936, durante o governo de Getúlio Vargas, o salário mínimo é uma referência histórica e econômica que continua a influenciar a distribuição de renda no país.
- Foto: Marcello Casal
