O Sindicato dos Médicos de Anápolis (SIMEA) denunciou, nesta semana, a realização de um sorteio promovido pela Secretaria Municipal de Saúde (SEMUSA) para definir profissionais que atuarão na recém-inaugurada UPA Mulher. A medida foi criticada pela entidade, que classificou a ação como desorganizada e apontou a retirada de médicos de unidades de saúde já sobrecarregadas, o que prejudica o atendimento à população.
Confira o print publicado pelo sindicato:
Segundo o SIMEA a postura demonstra um total desprezo pela saúde da população (Foto: Reprodução)
O print de uma mensagem compartilhada em grupos internos revela que a Prefeitura de Anápolis realizou um "sorteio" entre profissionais da Secretaria Municipal de Saúde para definir as escalas de trabalho na recém-inaugurada UPA Mulher. A mensagem, enviada por um representante da diretoria, informa que a escala inicial foi encaminhada por coordenadores, mas que, devido à necessidade de mais profissionais efetivos, foi necessário recrutar médicos e outros servidores de unidades e diretorias distintas.
"Será realizado um sorteio entre todos os profissionais da Secretaria de Saúde. Nesse momento, aqui na sala da diretoria, vamos realizar o sorteio. Estão presentes os responsáveis pelo RH do SAMU, Regulação, Vigilância Sanitária, e eu estarei representando a Especializada... com anuência da Bárbara", diz a mensagem.
O conteúdo reforça a denúncia do Sindicato dos Médicos de Anápolis (SMA), que critica a falta de planejamento na alocação de profissionais, destacando que a retirada de médicos de unidades já sobrecarregadas agrava o caos no sistema de saúde municipal.
Nota do sindicato
"A prática de retirar profissionais de unidades já sobrecarregadas para atender a novas unidades, sem o devido planejamento, tem gerado um caos ainda maior no sistema de saúde", afirmou o SIMEA em nota.
Além do sorteio, o sindicato destacou outros problemas que, segundo a entidade, têm agravado a deterioração do sistema de saúde no município:
- Falta de investimentos: A insuficiência de recursos tem resultado no sucateamento e fechamento de unidades básicas e especializadas, comprometendo a qualidade do atendimento.
- Terceirização desenfreada: A contratação de empresas sem fiscalização adequada tem precarizado as condições de trabalho dos profissionais e fragilizado a assistência à saúde.
- Falta de medicamentos: A ausência de remédios básicos na rede municipal coloca em risco a vida de milhares de pacientes.
- Atrasos de salários: O sindicato denunciou atrasos no pagamento dos profissionais de saúde devido à falta de repasse financeiro, o que tem causado insegurança e paralisações.
- Obras inacabadas: O sindicato criticou a inauguração de unidades, como a UPA Mulher e o Hospital Municipal do Leblon, sem que os locais estejam totalmente equipados e com equipes completas.
O SIMEA ainda classificou a atual gestão como irresponsável e afirmou que a saúde tem sido utilizada como "moeda de troca" para interesses políticos. "Essa postura demonstra um total desprezo pela saúde da população", pontuou o sindicato.
Em resposta à situação, o Sindicato dos Médicos afirmou que está atuando junto ao Ministério Público e outros órgãos do Poder Judiciário para buscar soluções, garantindo condições dignas de trabalho para os profissionais e a prestação de serviços eficientes à população.
Nota solicitada à Prefeitura
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que o sorteio foi realizado devido à demanda de profissionais para a unidade. O mesmo ocorreu na presença de profissionais de Recursos Humanos de cada departamento e foi uma seleção aleatória para garantir total isonomia. Ressalta ainda que os servidores estão à disposição da Secretaria, conforme necessidade administrativa da pasta.
* Matéria atualizada em 16h01 - 18-12-2024.
- Victor Santos
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